terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

2 Filmes e um Hot-dog.



2 Filmes e um Hot-dog.

Ah Réveillon, todos viajando, praia, exterior, nessa ultima semana de dezembro e primeira semana de janeiro a cidade de São Paulo fica um paraíso. Nenhum trânsito, nenhuma fila, podemos chegar aos restaurantes a qualquer hora, vagas no estacionamento ao lado dos elevadores, uma calmaria só. Já é o segundo ano que passo o réveillon na cidade e pretendo continuar assim.

Tudo isso pra dizer que aproveitei a primeira semana de janeiro para ir ao cinema assistir a dois (e não um) blockbusters e isso não é algo que eu faça rotineiramente. Por morar perto da avenida paulista, costumo ir ao cinema a pé, onde tem o Reserva Cultural e que não passa os filmes de grande circulação. Não meu caro leitor, assisto à filmes “cult” mais por comodidade do que por opção. Longas filas, trânsito, estacionamentos caros, salas lotadas. Tudo isso me afasta das grandes produções me deixando refém dos filmes de menor circulação.

Não pense que não gosto deles, ao contrário, são ótimos filmes para analisarmos. Hollywood tem uma agenda ideológica (esquerdista) e a expressa subliminarmente nos filmes, mais interessante ainda é ver que tem filmes que estão expressando uma nova corrente (libertária ou liberal clássica) e “furando” o bloqueio ideológico.

Mas, voltando ao assunto, aproveitei a primeira terça feira de janeiro, peguei meu carro e me dirigi ao shopping para ver os filmes, menos de 8 minutos depois lá estava eu, selecionei Imortais e Tudo Pelo Poder. Uma vez que estava lá, resolvi fazer o programa completo, sala 3D, hot-dog com cheddar, refrigerante e tudo mais. O interessante de ter visto os dois filmes, aparentemente sem ligação nenhuma um com o outro, é que eu esperava mais de Tudo Pelo Poder, uma vez que acompanho com empolgação as primárias Republicanas, observando o fenômeno Ron Paul, um libertário, quebrando a barreira dos neoconservadores e Imortais eu fui mais pelo efeito 3D, expectativa menor.

E não é que foi tudo ao contrário?

Imortais é um filme que vale a pena ser visto. Trata-se da mitologia grega que conta a batalha de Teseu com o Rei Hyperion, a batalha do bem contra o mal e como Zeus, o “chefe” dos céus ou Rei dos deuses ordena que os deuses nào ajudem a Teseu, regra essa que foi descumprida, gerando grande disturbio.
O Filme é uma pintura, muito bem feito e consegue passar valores como honra, lealdade, luta pelo bem, justiça e como o bem enfrenta o mal, o mal existe e precisa ser combatido pelo bem.

Já Tudo pelo Poder, que conta com direção e atuação de George Clooney, é um filme mediocre. E digo isso, não pelo filme reportar algo que todos sabemos, que a política seja algo sujo, é mediocre pois Clooney, ele mesmo um esquerdista militante na vida real, usou de uma inversão banal para influenciar nas próximas eleições americanas. Explico, ao mostrar os bastidores das corridas primárias do partido democrata, e expor toda sujeira que há nelas (mesmo com apelo para o bem com slogans ridículos como energia limpa ou outra bobagem demagógica da esquerda), Clooney pretende duas coisas. A primeira é passar a mensagem “se os democratas são assim, imaginem os republicanos”. A outra, e ai sim o pano de fundo, é que o filme não é sobre democratas e sim sobre republicanos. O partido democrata não terá eleições primárias, Obama concorre ao segundo mandato, já os Republicanos inicaram as primárias dia 3 de janeiro (mesmo dia que vi o filme) e esta sendo uma das mais disputadas dos ultimos tempos. O Filme, com isso, quer passar aos eleitores americanos que os republicanos estão vivendo essa sujeira agora e o candidato que sair vencedor das primarias será um escroque imoral (sim, é possível que seja mesmo, esse não é o ponto).

Chegando em casa, me ocorreu se era possível fazer algum contraponto entre os filmes, liga-los de alguma maneira. E penso que só o inverso pode uni-los. Imortais trata de um tempo (ou do mito formador de um tempo) onde a política da pólis, representava um conjunto de valores morais. Tudo pelo Poder nada mais é que o resultado de Maquiavel, o ápice do relativismo moral.

Façam suas escolhas.
Mozzarella Chiocca

Caros leitores do Cinema Semanal, estreio hoje uma coluna mensal nesse blog e venho aqui, me apresentar. Como o leitor do blog quer mais é saber de cinema escolhi um filme que me dá a chance de falar de cinema e de mostrar ao leitor o que ele pode esperar de mim nesse espaço.
Mozzarella Stories é um filme daqueles bem italianos, eu, como neto e com sobrenome italianíssimo, aproveito o filme paesano para dar as caras por aqui.

Mais do que isso, o filme me ajuda a colocar para vocês a que geração eu pertenço; e isso, logo na abertura, o leitor que for da minha geração vai se sentir no auditório do extinto programa do Záccaro do anos 80, apesar do filme se passar nos anos 2000 (e a festa em 99). Para os mais novos não ficarem perdidos, sintonizem na RAI em algum programa como La Prova Del Cuoco ou Porta a Porta e vocês verão que aquela festa, que beira o caricato, não é exagero nenhum.

Na festa, Ciccio, um fazendeiro produtor de Mussarela de Búfala, retorna da prisão após “problemas com um concorrente” (ele o assassinou) para assumir de vez o posto de Rei da Mussarela, coordenando o sindicato dos produtores. Toda a comunidade está em festa, são tempos de prosperidade e aquela alegria italiana é bem retrada. Tudo indica que o filme é uma boa comédia italiana, mesmo com a presença dos mafiosos que, naturalmente, levam uma parcela dos lucros. Ciccio não vê mal nisso, afinal, os negócios vão bem e isso, oras, isso faz parte da Itália.

Naqueles tempos felizes carreiras são promissoras como a do cantor Ângelo Tatangelo, o “cobrador” com nome perigoso, Zingaro Napoletano, a juventude da bela Sofia, filha de Ciccio.
Mas, de repente, esse quadro muda, o mercado de mussarela vê seus preços caírem vertiginosamente com a concorrência de um produtor chinês.

Nesse momento, o cantor Ângelo já casado com Sofia, é um fracasso não só na carreira como no próprio casamento pois ele ama sua ex companheira de palco, Autília, o Zingaro, intimado a cobrar os devedores de Ciccio, não assusta mais ninguém, e os felizes produtores se veem num beco sem saída. Apesar disso, o filme continua parecendo uma comédia, esse clima só é quebrado, e isso gerou uma perplexidade na plateia do cinema, com a surra que Ciccio dá em um de seus colegas do sindicato quebrando totalmente o clima de comédia, que depois o filme tenta retomar, mas já sem a leveza de antes.

Por que estou contando o filme se o leitor que viu, já viu e o que não viu quer ver?
Por que esse é o tipo de história que gosto de analisar, nem que seja para apontar os defeitos do filme. Nisso me parece que o diretor acertou pois é a imagem que tenho da Itália nos dias de hoje, a alegria esbanjadora dos anos 80/90 deu lugar a uma depressão econômica que pode levar a Itália a um calote como a Grécia. Aquela comédia ingênua do começo do filme agora dá lugar a uma agressividade e uma comédia menos suave (como se nota na morte de Autília, um tanto pesada).

O antigo aliado que Ciccio surrou por esse desconfiar de sua capacidade de gerir a crise e ofender sua filha volta para assassina-lo e tomar seu posto. Mas Sofia, aliada com o braço direito de seu pai, Dudo faz uma aliança com os chineses e, como seu pai, acaba com seu rival a chicotadas.

O notável, para um praxeologista como eu, é o pouco rigor na lógica econômica do sucesso dos chineses e a quase risível explicação que se dá para a solução dos conflitos no filme. Fica de bom desse filme a ilustração de uma Itália outrora feliz (e gastona) e agora uma Itália caída e sem otimismo com a crise econômica. E melhor que isso é a italianíssima Luisa Ranieri interpretando Sofia. Serve de distração para um filme com pouco nexo, como é a Itália hoje.

Cristiano Chiocca, praxeologista, economista e fundador do Instituto Mises no Brasil. Cristiano toda a primeira quarta-feira do mês escreve sobre as relações humanas no cinema sob a dimensão transcendetal.

“Inquietos, uma inquietude ortodoxa””, de Cristiano Chiocca


Inquietos, uma inquietude ortodoxa
Fui assistir ao filme Inquietos por pura falta de opção, nenhuma sinopse tinha me agradado e eu devia uma ida ao cinema a uma amiga, então lá fui eu o escolhendo quase que aleatoriamente. Como não creio em acaso, coincidiu de me deparar com o tipo de filme que gosto, que trata de grandes temas da alma com a sutileza dos símbolos.
Pouco importa aqui se foi intenção do diretor, mas eu vi o filme com olhos ortodoxos, mais especificamente cristãos, e acho que é a única lente que nos permite compreende-lo.
O protagonista se chama Henoc que na tradição bíblica é o nome de um dos patriarcas pré-diluvianos, filho de Cain e pai de Matusalém, tendo vivido por 365 anos e ascendeu ao céu, sem morrer, arrebatado por Deus após agrada-Lo.
No filme Henoc é um jovem que perdeu os pais em um acidente e vive a confrontar a realidade da morte, tendo por hábito visitar funerais de pessoas desconhecidas e cemitérios. Ai, além do nome, é clara a analogia ao Patriarca Bíblico que em sua longeva vida, encarou a morte de diversas pessoas, próximas ou não. Nos dias de hoje, falar, pensar, refletir sobre a morte é quase censurado, pessoas parecem buscar a juventude eterna com plásticas, e paranoias e o filme, propositalmente, coloca dois jovens reflexivos sobre o tema.
Em um funeral, Henoc conhece e logo se apaixona por Annabel, uma jovem paciente de câncer em estado terminal, ela uma darwinista, e aqui o leitor poderia me desautorizar a usar a lente cristã no filme mas o darwinismo de Annabel é totalmente condizente com essa visão. Ela enxerga que nada no mundo é por acaso, tudo tem um propósito. A serenidade com que Annabel encara sua doença é complementar ao seu darwinismo. Ambos, Henoc e Annabel tem consciência da morte e, mais ainda, de que a morte é um processo, uma passagem, uma páscoa. Henoc mais relutante, mais inseguro, com menos fé, eu diria, sofre com a iminente morte de Annabel e se revolta. É o apego às coisas “desse mundo” que Henoc ainda não conseguiu resolver dentro de si.
Quem o ajuda nessa tarefa é Hiroshi, a alma de um kamikaze morto na segunda guerra, e aqui a ortodoxia volta, os suicidas não descansam, a alma sofre a dor eterna, não descansa. Não obstante Hiroshi ajuda Henoc a não perder a realidade transcendental, a mesma realidade que aparece tão clara à Annabel no diálogo com sua aflita irmã, que não se conforma com a serenidade com que ela recebe a notícia que seu tumor estava aumentando. Annabel reflete sobre os 3 meses que lhe restam dizendo a irmã sobre quão ínfima é nossa passagem na terra, que 3 meses, 3 anos, 30 anos não significam nada. Annabel está se referindo aí à eternidade, ela sabe da brevidade da nossa vida aqui, e sabe também que a vida não acaba aqui, existe um propósito de estarmos aqui.
O simbolismo do filme me apareceu também em um sutil detalhe: pequenas simulações da morte, como quando eles desenham seus corpos no chão com giz ou quando simulam uma peça de teatro, é uma representação das pequenas mortes que enfrentamos na vida, é nessas pequenas mortes que Henoc se ira mas depois se acalma, é o exercício do desapego e esse exercício será doloroso ou suave dependendo de como o encaramos. Quem se apegar às coisas desse mundo perderá a vida e quem se desapegar terá a vida para sempre.
Henoc, no final do filme, percebe isso, abre um sorriso, sereno, seguro, cheio de gratidão, de confiança. Talvez seja esse o agrado que o patriarca Henoc fez a Deus para que fosse arrebatado ao paraíso sem a dor da morte.
Assistam o filme, é um belo poema sobre a vida.

Cristiano Chiocca, praxeologista, economista e fundador do Instituto Mises no Brasil. Cristiano toda a primeira quarta-feira do mês escreve sobre as relações humanas no cinema sob a dimensão transcendetal.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Acabaram os regionais? Viva os regionais!



Nessa nuvem que se segue pós-copa do mundo e a constatação que temos uma geração de jogadores das mais fracas que já houve, me atrevo a desafiar uma opinião que se tornou unânime ao longo do tempo e que hoje ninguém mais se atreve a contestar.

Vimos, nos últimos 20/25 anos, os campeonatos regionais minguarem e perderem cada vez mais espaço cedendo lugar ao campeonato brasileiro. A princípio parecia muito lógico, uma vez que todos os países do mundo contavam com campeonatos nacionais durante o ano todo enquanto no Brasil o calendário era dividido em 6 meses para os regionais e outra metade para o nacional. Isso depois de 1970, por que antes disso não havia sequer um campeonato brasileiro, sendo que os enfrentamentos se davam no máximo em torneios como Rio-São Paulo, Taça Brasil e outras disputas curtas que dificilmente configuravam um campeonato nacional. O campeonato brasileiro, de fato, só começou a existir em 1971 e apenas no ano de 2003 ganhou padronização no formato de pontos corridos e calendário extenso.

Desde então os campeonatos regionais foram totalmente achatados a 2 ou 3 meses no máximo, perderam completamente a relevância e os clubes grandes os utilizam como treino, pré-temporada no máximo.

Fui testemunha dessa transformação que se iniciou no começo dos anos 90 e culminou em 2003 com o atual formato do calendário brasileiro. Ainda peguei jogos de turno do campeonato paulista que o público facilmente batia 90 mil pessoas e por um bom tempo fui entusiasta do fim dos regionais e consolidação do campeonato nacional até perceber o mal que isso causou ao futebol de forma geral.

Para ilustrar ao leitor eu recorro a uma imagem que sempre me despertou a curiosidade no campo da geopolítica e acabou por fazer todo sentido também para o futebol. Todos já devem ter visto um mapa do Brasil onde no lugar de cada estado é colocado um país. Por exemplo, a Itália no lugar de São Paulo, a Bélgica no lugar de Sergipe, a França no lugar de mato Grosso e assim por diante. Geralmente esses mapas versam sobre PIB, população ou área mas, se transportarmos isso para o futebol, chegaremos a conclusão que a seleção brasileira sempre foi a seleção continental, a seleção do “império brasileiro”.

Imagine você, se a Europa (com dimensões geográficas semelhantes ao Brasil) formasse uma seleção com os melhores da Alemanha, Itália, França, Espanha, Holanda etc. Eles jamais perderiam uma copa do mundo, penso que jamais perderiam um jogo sequer. A seleção brasileira sempre foi isso, os melhores da América lusófona.

Guardadas as devidas proporções, os estados brasileiros são nações, claro que menores e com ligas de futebol menores que as dos países europeus que citei. O campeonato belga pode ser mais forte que o campeonato baiano, o campeonato italiano talvez seja mais forte que o campeonato paulista e o campeonato espanhol mais forte que o campeonato mineiro, assim como a liga inglesa mais forte que o campeonato carioca. Mas, em conjunto, os campeonatos regionais proporcionavam um fabuloso leque de escolhas para a fortíssima seleção brasileira.

O leitor que é meu contemporâneo e os mais antigos vão se lembrar do malfadado bairrismo na hora de convocar as seleções de outros tempos. Era treinador carioca que não escalava paulista, era paulista que não escalava mineiro e isso desapareceu; ninguém mais fala disso.

É engraçado que antes do sumiço dos regionais os clubes brasileiros não ganhavam a Libertadores da América, claro!, eles nunca se importaram com isso; o campeonato brasileiro era, em si, a Libertadores lusófona, era o torneio continental, enquanto os regionais eram os torneios nacionais. As ligas europeias nunca têm mais que 2 ou 3 times detendo a supremacia de conquistas; assim sempre foram nossos regionais. Os clubes menores desapareceram ou diminuíram de tal forma que já não prestam mais a fortalecer o futebol; e eles sempre tiveram papel relevante nesse aspecto (lembrem-se Ronaldo Fenômeno surgiu no São Cristóvão jogando, e não em laboratórios de centro de treinamento para jovens robôs). Se buscarmos no passado, o Rio de Janeiro, uma escola fabulosa de futebol, se dava ao luxo de ter um torneio metropolitano e um estadual, e disso resta apenas a formalidade de taça Guanabara e taça Rio.

Portanto, caro leitor, segue a fórmula mágica para que a seleção brasileira volte a ser o time mais forte do mundo: Invertam a ordem! 9 meses de campeonatos regionais e 2 meses de “Libertadores Lusófona” ou, campeonato brasileiro. Ou, de alguma forma, o campeonato brasileiro poderia seguir o formato da atual Libertadores ou Champions League  e envolver os melhores times de cada estado na temporada. Só assim voltaremos a formar uma seleção com uma mescla irresistível de estilos e escolas que encantaram o mundo.

Enzo Zagoni

quarta-feira, 30 de maio de 2012

A Terra que se foda


Por Andrew Klavan

Dia 22 de abril é o Dia da Terra, e para homenagear esta ocasião, eu gostaria de dizer que por mim, a Terra que vá para o inferno.

A Terra – para aqueles que ainda não perceberam – é uma rocha condenada a uma lenta espiral eterna em um caldeirão de plasma explodido que, por falta de um nome melhor, nós chamamos de sistema solar.  Existe apenas uma única coisa interessante ou digna à respeito deste pedaço de entulho espacial condenado: ele proporciona as condições necessárias para manter a vida. (Diga-se de passagem, a chance de isso ocorrer seria ridiculamente impossível se Deus não existisse – tão impossível que cientistas foram obrigados a inventar todo tipo de cenários bestas de multi-universos com o único propósito de se convencerem que Deus não existe.  Mas isto é problema deles e irrelevante para mim.)

Então a Terra mantem a vida. Yuuupi!  E existe apenas uma coisa interessante e digna à respeito da vida – só uma – e esta coisa é a mente humana.

“Cacete, o Klavan está falando de Cultura”, você deve ter pensando, ou mesmo dito – porque, vamos ser sinceros, você é um tipo bem esquisito de gente – quero dizer, basta olhar pra você.  De qualquer maneira, “Duplo Cacete”, você deve estar dizendo, “como é que você pode dizer que a mente do homem é a única coisa interessante e digna à respeito da vida?  E quanto a beleza de uma gazela correndo?  E a nobreza do voo de uma águia?  E o impressionantemente impressionante céu sobre as ondas âmbar chocando-se nas montanhas roxas sobre planícies com pomares?  E quanto aqueles sonhos glaceados recheados com creme?  Eu amo esses sonhos de padaria!”

Primeiro de tudo, pare de falar tanta coisa, este blog é meu.  E dois, não existe nenhuma beleza, ou nobreza, ou algo impressionantemente impressionante – nem mesmo o sabor de um sonho de creme – fora da mente humana. A ciência ainda não se decidiu, mas a própria realidade pode ser em parte um produto da mente humana pois há alguns aspectos do mundo que não parecem se resolver até que os observemos.  Mas de qualquer maneira, a gazela estaria em disparada por nada, a águia seria uma máquina alada de comer, os céus e as ondas e as montanhas seriam sonhos sem sonhadores se o homem não estivesse aqui para contempla-los.

No momento que você percebe isso, tudo muda.  Você não se preocupa mais com o esgotamento de recursos energéticos da Terra, porque você percebe que não existem recursos energéticos – nunca existiram – existe somente formas variadas de matéria que nossas mentes, a mente do homem, transforma em recursos energéticos para nosso prazer e comodidade.  Eles nunca irão se esgotar enquanto estivermos aqui, porque nossa mente não tem limites e irá inventar mais.

Você não se preocupa mais com poluição, porque você sabe que assim que pessoas livres se incomodem com isso, outras pessoas livres resolverão o problema com motores de combustão menos poluentes e filtros.  Onde está o fog londrino? Onde está a neblina de Los Angeles? Onde está a neve dos últimos anos?  Ok, eu só tinha curiosidade sobre este último.

Você não se preocupa mais com a Terra, porque a Terra está aqui para nós, e não o contrário.  A Terra não é nada além do local que vivemos – por enquanto.  Devemos mantê-la razoavelmente limpa e agradável.  Mas uma obsessão doentia por uma limpeza impecável te transforma em um repressor pentelho – ou um ambientalista – e torna a vida das pessoas menos confortável, não mais.

Sempre pratiquei atividades na natureza.  Eu passeio.  Eu pesco.  Eu corro pelas florestas reproduzindo cenas do filme O Amante de Lady Chatterley.  Ou eu fazia isso, antes de ser impedido por uma ordem judicial.  Eu acredito que uma precaução razoável pelo bem do ambiente deveria balancear a busca do lucro daquelas pessoas incríveis que nos proporcionam toda a maravilhosa energia que precisamos.  Eu acredito que podemos chegar nesta precaução razoável enterrando todos os ambientalistas que conseguirmos encontrar até o pescoço e jogando mel na cabeça deles para atrair formigas.  Vocês gostam de formigas, não gostam?  Então aí está um ótimo jeito de celebrar o Dia da Terra!

A Terra não está aquecendo de forma catastrófica.  Extração de petróleo não causa terremotos.  Devemos encontrar e usar cada gota de petróleo que conseguirmos – há o suficiente para mais alguns séculos, época em que estaremos vivendo na Alfa Centauro, abastecendo nossos carros voadores com papel higiênico ou páginas velhas da biografia de Barack Obama ... desculpem a redundância.

Então que se foda o Dia da Terra.  Eu gostaria de declarar hoje – e todos os outros dias – o Dia da Mente do Homem.  Celebre isto – promova isto – glorifiquem isto – porque a Terra, podem acreditar em mim, vai se virar sozinha.


Andrew Klavan é um premiado autor e roteirista de Hollywood.
Tradução de Fernando Chiocca
O original em inglês se encontra aqui.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Carta aberta ao ex-ministro da Justiça e futuro ex-sócio do Paulistano, José Carlos Dias

Em declaração à coluna sensacionalista de um jornal, o advogado e ex-ministro da Justiça José Carlos Dias ameaçou se desligar do Club Athletico Paulistano caso a associação se recuse a aceitar que um sócio gay inclua o parceiro como dependente. "Eu tenho nojo de pisar num clube em que prevaleça esse comportamento discriminatório odioso", diz. "O que eu vou fazer lá?" 

Pois bem Sr. José Carlos Dias, me vejo na obrigação de lhe informar que o Paulistano já recusou a inclusão do parceiro gay como dependente, que este “comportamento odioso e discriminatório” já prevaleceu, e que o senhor não tem nada mais a fazer num local que lhe provoca nojo.  Se for um homem de palavra, deverá se desligar imediatamente do clube.

O clube Paulistano, do qual sou sócio desde que nasci há 36 anos e que frequento diariamente, é uma propriedade privada “coletiva”, ou seja, com muitos donos.  São 25 mil sócios, dos quais 9.500 são proprietários de títulos e o restante, dependentes de alguns destes.  Eu sou um destes sócios titulares e possuo uma cota de 1/9.500 do clube.  Gerir uma empresa com apenas 2 sócios ou mesmo ser proprietário em conjunto de um imóvel já é algo que pode gerar uma série de disputas, imagine então uma propriedade com 9.500 donos.

Associações são geralmente regidas por estatutos previamente estabelecidos em comum acordo entre os donos, e o Paulistano não é diferente.  É através de seu estatuto que os 9.500 donos administram sua propriedade e resolvem disputas.  Periodicamente, alguns desses donos vendem sua parte e se desligam da sociedade, e novas pessoas compram um título e passam a fazer parte da sociedade, concordando com as regras de gestão estabelecidas para esta propriedade coletiva.  O estatuto atual faz do Paulistano uma Democracia Representativa – eleições são realizadas periodicamente e os conselheiros eleitos decidem as questões do clube em assembleia, pelo poder autorizado pelos titulares.

E foi este conselho democrático quem rejeitou quase que unanimemente (apenas 1 dos 213 conselheiros votou a favor) um requerimento de um associado que pretendia incluir como sócio dependente seu companheiro.  Este associado é o médico Ricardo Tapajós, que queria incluir seu companheiro amoroso, o também médico Mario Warde Filho como dependente.  O estatuto do clube possui regras claras sobre quais requisitos devem ser atendidos para que um associado possa incluir outra pessoa como seu dependente, e estes requerimentos não são preenchido por Tapajós – o conselho apenas ratificou o estatuto.  Warde Filho poderia então comprar um título e se tornar sócio, como qualquer outra pessoa pode fazer.

Até aí, tudo bem, um dos 9.500 donos do clube arguiu com os demais para ter sua solicitação atendida.  Não conseguiu.  Porém, o que se seguiu foi uma atitude lamentável, uma tentativa de violar através do uso ou ameaça do uso de violência física a soberania dos proprietários e sua democracia interna.  Os dois médicos recorreram à um grupo intruso fortemente armado (o estado), solicitando que ele obrigasse os 9.500 donos do clube a aceitar suas vontades, na marra.  O estado, acostumado a violar a propriedade privada alheia, prontamente atendeu a solicitação da dupla.  É um bom exemplo da chamada lei da selva, a lei do mais forte: quando a argumentação racional torna-se irrelevante e a ameaça de violência se torna o determinante das ações.  

O clube está recorrendo desta decisão tomada pelo grupo intruso (recorrendo para ele mesmo, algo como um “por favor, não me bate” ou “deixe eu mandar na minha própria propriedade”), mas, se efetivada, esta decisão estatal unilateral seria apenas mais uma dentre tantas violações da propriedade dos associados impostas violentamente sobre os proprietários.  Por exemplo, o clube já é obrigado a exigir exame médico para uso da área da piscina, e a proibir o fumo em todo ambiente com teto em suas dependências, independente de qual seja a vontade dos donos.  O Sr. José Carlos Dias que já fez parte do poder coercitivo está habituado a passar por cima da soberania dos proprietários com a força das armas.

No entanto, Sr. José Carlos Dias, nenhuma ameaça de violência vai conseguir mudar a vontade do clube, representada por seus conselheiros.  Se a decisão da Justiça do estado brasileiro for efetivada, Warde Filho será aceito como sócio dependente, mas a decisão democrática do clube não terá sido alterada, apenas terá sido violada e desrespeitada através da violência.  Mesmo assim, segundo suas próprias palavras, o senhor continuará sem motivos para frequentar o clube, local onde prevalece uma postura que o enoja.  

Mas do que exatamente o senhor sente aversão?  Discriminação sexual não ocorre no Paulistano, tanto é que o clube conta com diversos sócios homossexuais e bissexuais (incluindo até um travesti), e nenhum deles está ameaçado de ser expulso do clube por conta de sua sexualidade.  O próprio Warde Filho poderia comprar um título de sócio, mesmo sendo um homossexual assumido.  Portanto, descartada a alternativa de uma “homofobia institucionalizada” (diga-se de passagem, algo que qualquer associação privada deveria ter o direito de exercer), seu ódio parece ser contra o ato de discriminação em si, o que faz com que nada mais faça sentido, já que discriminar é algo correto e natural, é algo indissociável do conceito de propriedade privada (que implica em privação).   O senhor discrimina quando vai contratar um advogado para seu escritório, quando escolhe o restaurante que vai almoçar e a gravata que vai comprar – enfim, toda ação humana contém uma discriminação.  

Talvez o senhor esteja usando o termo “discriminação” no sentido jurídico, definido não como o sentido utilizado por mim acima, o “da faculdade de distinguir, discernimento ou ação de separar, segregar, pôr à parte”; mas, como definido no dicionário Houaiss, de “ato que quebra o princípio de igualdade, como distinção, exclusão, restrição ou preferências, motivado por raça, cor, sexo, idade, trabalho, credo religioso ou convicções políticas”.  Bem, neste caso o senhor estaria apoiando o próprio ato que considera odioso, já que se a regra do estatuto válida igualmente para todos os sócios e pretendentes a sócios fosse quebrada, isso seria um ato de discriminação – adeus princípio de igualdade; bem vinda exceção.

Concluindo, devo parar de especular sobre a motivação de seu iminente desligamento do clube para propor uma nova regra estatutária a ser votada pelos conselheiros.  É uma regra que consta em outra associação privada, a FIFA.  O artigo 59 de seu estatuto proíbe que seus associados submetam disputas a um tribunal de justiça comum, sob pena de expulsão.  Com esta nova regra, Ricardo Tapajós seria expulso do clube por não respeitar a soberania de sua democracia interna.  E aproveito para dizer que conforme o artigo 29 do estatuto vigente do Paulistano, um sócio possui o direito de “representar contra a admissão de novos associados”, e caso Warde Filho perca a ação na Justiça estatal e resolva comprar um título pelas vias que todos os outros seres humanos estão sujeitos, iriei fazer o que estiver ao meu alcance para impedir sua associação.  Não por qualquer opção sexual que ele possua, isto realmente não me interessa, mas pela opção moral (ou imoral) que ele possui, de não respeitar a propriedade privada alheia, esta sim uma atitude odiosa e intolerável.

Fernando Chiocca, sócio do paulistano há 36 anos

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Como fugir das Grandes Corporações (e por que isso não é anticapitalismo)

Não há como negar, as pessoas estão descontentes com as empresas que fornecem os ditos “serviços públicos” (esse nome mesmo um erro) e as grandes corporações em geral tais como Telecomunicações, Elétricas, Gás, Água, Bancos etc.. Já é comum nas redes sociais algum amigo seu postar sua indignação a respeito da qualidade, do preço ou da forma como foi tratado por tais companhias.

Elaborei, portanto algumas ideias e dicas sobre como escapar das garras dessas empresas mesmo elas prestando serviços que são importantíssimos para nosso dia a dia. Mas antes é preciso esclarecer por que as coisas estão da maneira que estão.

O economista Ludwig Von Mises nos ensinou que, no capitalismo livre, o tamanho das empresas é exatamente aquele que os consumidores desejarem. Se a empresa agradar os consumidores na combinação qualidade-preço ela irá prosperar, a partir do momento que a empresa deixa de atender satisfatoriamente seu cliente ele deixa de comprar seus serviços, deixando espaço para outros empreendedores satisfazerem a demanda desses clientes descontentes.
Mas, perguntaria o leitor, se é assim na teoria, por que isso não acontece na prática?
A resposta é simples, essas empresas não fazem parte do capitalismo livre e, com isso, quero dizer que elas não estão ao sabor do consumidor. Para elucidar isso vou contar a breve história dos ditos “serviços públicos”.
Eles nasceram privados, com investimento estrangeiro, como exemplos mais claros as ferrovias de capital inglês, a Light de capital canadense etc. Com a política inflacionária dos governos essas empresas se viam na obrigação de aumentar seus preços para remunerar o investimento e isso gerava insatisfação e era prato cheio para os políticos populistas que, com apelos xenofóbicos e nacionalistas, estatizaram todas elas ainda nos anos 1930/40.

O resultado nós sabemos, e as estatais foram completos fracassos, fazendo com que linhas telefônicas, por exemplo, fossem ativos caros e raros, com que energia elétrica se assemelhasse a um vagalume com constantes apagões e blackouts, não citarei aqui o transporte ferroviário, pois a nova geração nem deve saber o que é isso dado o desmantelamento estatal desse serviço.
Nos anos 1990 alguns se iludiram imaginando que a razão tinha chegado aos políticos e burocratas e esses tinham reconhecido o óbvio fracasso estatal e se rendido à eficiência do setor privado.  Sim, assim pareceu a tal “privatização”. Pela característica dessas empresas, que é prestar serviços de massa, elas sempre foram fonte arrecadadora de impostos, mas, como estatais, elas eram absurdamente ineficientes e o estado notou que sendo geridas por empresas privadas a arrecadação de impostos seria muito maior. Observe a sua conta de água, luz, telefone, gasolina e você verá uma cara tributária de 50% ou mais. É ai que o brasileiro paga muito imposto e não percebe, é ai que nossa infraestrutura é caríssima.
O estado então, sabendo disso, cedeu a exploração desses serviços via concessão (e não privatização) a investidores privados (muitos deles agentes do mercado financeiro com boas conexões políticas e fundos de pensão de funcionários públicos).

E o que isso tem a ver com o péssimo serviço? Tudo! A concessão significa que determinada empresa pode explorar, sem sofrer concorrência, tal serviço em determinada região. Isso é, caro cliente, que ou você usa meu serviço ou não usa de ninguém, pois todos estão proibidos de prover tal serviço na minha área de concessão. Isso é facilmente perceptível até no mau trato que atendentes dispensam aos clientes.
Podemos chamar isso de capitalismo de estado, capitalismo de compadres, fascismo, ou qualquer outro nome feio que isso merece, menos de capitalismo livre.

Porém a tecnologia misturada com indignação com essa situação leva nossa criatividade a alternativas que, se não permitem nos vermos livres dessas corporações apadrinhadas pelo estado, nos possibilitam tornar o fardo mais leve. O leitor, claro, não precisa se assustar com meu radicalismo em algumas medidas.

Telecomunicações
Quem não se comunica se trumbica, diz o bordão. E é assim mesmo, quem vive sem telefone, sem celular nos dia de hoje? Talvez seja a maior fonte de reclamações e para escapar disso só há uma alternativa: Internet.
É essa a palavra de ordem para quem quer driblar os tentáculos estatais travestidos de empresa privada, no que pese a banda larga ser fornecida, em sua maioria pelas mesmas empresas de telecomunicações (existe empresa de TV a cabo fornecendo conexão à rede também). Hoje o mercado provê uma série de alternativas que fazem com que você escape das tarifas telefônicas: Skype, Google Voice, MSN, Facebook, Whatsapp. Utilize todos os recursos que seu computador e smartphone podem oferecer. Essa é uma dica não somente para jovens universitários duros que querem economizar para comprar carvão para o churrasco.
Claro que não estou sugerindo que a equipe de vendas corte o uso de telefone mas as alternativas são muitas. Não precisam chegar ao extremo radical como eu que tenho uma conta de celular pré-paga e que pede a senha do wi-fi em todo estabelecimento que vou. Mas conheço grandes empresas que só fazem ligações via skype e que os celulares também só discam por skype e mensagens instantâneas como BBM. Os pequenos negócios também podem se beneficiar muito com tecnologias simples.
Se é o setor com maior número de reclamações também é o setor com maior número de alternativas de escape.

Elétricas & Gás
Se no item anterior havia variedade, no tocante a energia elétrica e fornecimento de gás as opções são bem menores. As alternativas “verdes” ainda são caras e nossas cidades e construções são de difícil adaptação. A energia solar que poderia gerar um grande abate na conta ainda é cara demais para os brasileiros, então, a palavra de ordem é Economia!
É aquele bordão que os mais antigos diziam quando alguém deixava a luz acesa: “Você é dono da Light?”. Por mais que você compre ações da empresa na bolsa, você é, no máximo, concessionário e não dono.
Tente se adaptar a um estilo de vida mais saudável, a natureza é pródiga em acender a luz de dia e apagar a noite, aproveite-se disso e durma cedo e acorde cedo. É uma questão de hábito, acumular roupa para usar a máquina, usar o timer para não dormir com a TV ligada, verificar “fugas de energia” como fios desencapados. Os aparelhos eletrônicos são grandes consumidores de energia, mantenha-os desligados e não em Stand-by e os configure para seu computador “dormir” quando estiver inativo; em sua empresa e verifique a hipótese de transferir o servidor para algum dreamhost.
Enquanto não tivermos um verdadeiro livre mercado de energia as empresas serão gigantes e não locais.

Gasolina
Caro leitor, nesse quesito eu radicalizei e comprei uma scooter e, num país com clima quente como o Brasil eu iria sugerir a todos que andassem de moto ou minimoto, porém, morando em grandes cidades o perigo é enorme e não estou sugerindo que minha (nem a sua) avó ou mãe andem de moto, essa dica serve mais para os homens.
Manter seu veiculo regulado e comprar opções econômicas que consomem menos combustível é uma opção mas ainda estaremos condenados a uma carga tributária de 52% no preço da gasolina ou do álcool. Conhecer bem o bairro que mora e o comércio local evitam grandes deslocamentos. Em cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro pode se perder de 2 a 3 horas diárias no trânsito. Não é exagero avaliar propostas de emprego mais perto da sua casa mesmo se o salário for pouca coisa menor, o ganho em qualidade de vida pode superar muito certas vantagens financeiras aparentes.
Por mais que ela domine o mercado evite comprar em postos da Petrobras, prefira sempre a opção de uma empresa privada.

Bancos
Se os bancos não são exatamente concessões, no sentido que são as empresas anteriores, ainda assim é um setor cartelizado e anda de mãos dadas com o estado.
De imediato cancele qualquer vinculo que você e sua empresa tenham com bancos estatais como Banco do Brasil, Caixa Econômica ou alguns outros estaduais. Utilize os bancos privados, mas não se entusiasme.
Se você já é meu leitor a um tempo e está feliz com sua aplicação em ouro e nunca vai se alavancar em dividas, ignore os comentários a seguir, mas se ainda não é e não está convencido que ouro é a melhor aplicação leia atentamente.
A priori mantenha apenas sua conta corrente no banco. Se desejar investir em fundos, títulos públicos, ações utilize casas de investimento independentes. Abra sua conta em uma corretora de valores e invista você mesmo em títulos públicos via tesouro direto se assim desejar, compre fundos de ações independentes, não ligados aos grandes bancos. Não delegue suas economias a gerentes que mal sabem o que estão dizendo.
Alias não me lembro a ultima vez que pisei na agência que tenho conta e mal sei o nome da gerente. Hoje em dia tudo é feito pela internet. O banco do qual sou cliente ainda enviava, via correio, um extrato mensal para minha residência cobrando R$2,90/mês por isso. Cancelei e sugiro que você cancele todo tipo de serviço extra. Ainda mais esse tipo de informação que pode cair nas mãos de estranhos que ficariam sabendo sobre quanto você movimenta. Hoje todo extrato esta disponível a um click na forma e detalhamento que o cliente quiser.
No meu radicalismo, cortei o cartão de crédito, mantendo somente o cartão de débito, como em outros artigos já expliquei por que não devemos nos endividar, não serei repetitivo aqui, mas saiba que cartão de crédito incorre um custo altíssimo entre tarifas e taxas de juros.

Água
Deixei esse item por ultimo e não foi por acaso; se nas empresas de energia elétrica ou Telecom o estado concedeu a empresas privadas, no setor de saneamento e fornecimento de água o estado não abriu mão e não sem uma razão. É onde se comete um crime terrível contra a população.
Os americanos já tem um grande ativismo contra o flúor na água por conta de trabalhos como os de Murray Rothbard que alertaram sobre todos os perigos e todas as falcatruas que tornaram essa prática de fluoretar a água algo rotineiro; no Brasil a resistência é mais tímida mas foi uma grande surpresa encontrar sites bem ativistas contra isso por aqui.
Se água vem direto dos dutos estatais, como fugir disso? Fui despertado uma vez que cheguei de madrugada em casa e vi, num hotel, um caminhão pipa, esse fato se repetiu e notei que toda noite esse hotel se abastecia de água fornecida de uma forma alternativa à Cia estatal de saneamento. Ele fazia isso pelo custo e de quebra levava uma água de melhor qualidade. Atente que para fazer isso ele estava na informalidade uma vez que é proibido a qualquer um comprar água que não seja da Sabesp dado o monopólio por força de lei.
A primeira sugestão diante da péssima qualidade da água fornecida pelas estatais e da droga misturada na água (flúor) é colocar um filtro de osmose reversa, que apesar de tirar também os minerais bons da água (que podem ser consumidos por outras fontes alimentares), a deixa livre de cloro e flúor (e outras bactérias). O segundo passo seria adaptar sua casa ou prédio para receber água mineral de carros pipa sendo que a água de banho e torneiras de consumo utilizariam encanamentos diferentes da água estatal, que seria utilizada em descargas, quintais e lava roupas. Prepare-se para a desobediência civil, é isso ou ser dopado pelo estado.
Um depoimento pessoal é testemunha dessa brutal diferença. Tive uma casa de campo onde tínhamos mina própria de água mineral, portanto, sem flúor, tomávamos banho com água mineral, escovávamos dente, cozinhávamos e a diferença era brutal. Já no primeiro dia podíamos perceber a diferença na pele, cabelo e sabor dos alimentos.
É onde sugiro maior investimento mas o retorno é garantido.

Se o leitor chegou até aqui e não viu um setor que ele acha que deveria ser citado não se desaponte, eu mesmo gostaria de elencar aqui vários outros setores onde os tentáculos estatais invadiram nossa vida e, em conluio com as empresas, estão piorando nossa qualidade de vida. Imagine o leitor que através de subsídios estatais se formaram oligopólios no setor de carnes e proteínas animais devastando a concorrência, no setor de transportes, enfim, a sanha do fascismo empresarial aliada à burocracia estatal está nos cercando cada vez mais.
Sejamos, pois, resistentes!